A dramaturgia minada de Plínio Marcos

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.59418/olhares.v5i1.98

Mots-clés :

Plínio Marcos, Teatro brasileiro, Dramaturgia, Drama, Personagens polifônicos.

Résumé

Esta pesquisa tem como objetivo analisar criticamente a dramaturgia de Plínio Marcos, investigando possibilidades de montagem de O abajur lilás em face de sua relevância nos dias atuais. O texto citado surge como material norteador deste trabalho, tanto do material teórico, quanto da experiência prática. Gostaríamos de observar, a partir dessa obra, algumas características da dramaturgia desse autor que nos parecem relevantes: a) o caráter plural dos personagens presentes na trama – são personagens que se afastam de uma construção psicológica individualizada e se apresentam como seres múltiplos, polifônicos; b) a forma dramática implodida ou minada, que esbarra nos limites do “drama puro”. Os diálogos nas peças de Plínio Marcos sugerem uma conversa para além do palco, de forma que os personagens parecem falar não somente uns com os outros, mas com aqueles que os assistem; são, podemos dizer, diálogos dirigidos aos espectadores e que os convidam também a “falar”. O estudo busca, portanto, a partir do conceito de gênero dramático, observar como Plínio Marcos se aproxima, e também se afasta, das regras do drama. Por fim, relatamos o processo de criação do espetáculo Volvere vento, parte prática do trabalho realizado em tensão com a parte teórica. Nossa encenação é fruto de um processo colaborativo, com foco, justamente, na pluralidade encontrada em cada indivíduo e no conteúdo social encontrado na obra de Plínio Marcos.

Biographie de l'auteur

Geovane Gonçalves Pereira

Pós-Graduado em Direção Teatral pela Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH); Bacharel e Licenciado pela Universidade Anhembi Morumbi em Teatro.

Références

ARISTÓTELES. Poética. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2011.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Vol. 1. Magia e técnicas, arte e política. Ensaios sobre a história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1897.

BORBA. Francisco S. (Org.). Dicionário UNESP do português contemporâneo. São Paulo: UNESP, 2004.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986. (15. impressão).

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. (O mundo, Hoje, v. 21)

LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático, doze anos depois. Revista Brasileira de Estudos da Presença. Porto Alegre, v. 3, n. 3, p. 859-878, set./dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/2237-266039703

MARCOS, Plínio. O abajur lilás. São Paulo: Global Editora, 1975.

______. Navalha na carne. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1997.

______. Homens de papel. São Paulo: Global Editora, 1984.

______. A mancha roxa. Rio de Janeiro: UNIRIO Biblioteca, 2002. (Banco de Peças Teatrais: nº 2290, ex: 3, texto digitado por Malke Adler)

MOREIRA, Eduardo da Luz. Grupo Galpão: uma história de encontros. Belo Horizonte: DUO Editorial, 2010.

PARANHOS, Katia Rodrigues. A literatura dramática de Plínio Marcos: cenas da(s) cidade(s). O percevejo online – Periódico do programa de pós-graduação em artes cênicas PPGAC/UNIRIO. Minas Gerais, v. 1, f. 1, p. 1-11, jan/jun. 2009.

PASSÔ, Grace. Por Elise. Rio de Janeiro: Cobogó, 2012. (Espanca! ; 1)

______. Amores surdos. Rio de Janeiro: Cobogó, 2012 (Espanca! ; 2)

ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. 3 ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 1997

SARRAZAC, Jean Pierre. Léxico do drama moderno e contemporâneo. São Paulo: Cosac e Naify, 2012

SZONDI, Peter. Teoria do drama moderno (1880-1950). São Paulo: Cosac Naify Edições, 2001

WEISS, Peter. Marat/Sade: Perseguição e assassinato de Jean-Paul Marat: representados pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton sob a direção do Senhor de Sade. São Paulo: Peixoto Neto, 2004.

WILLIAMS, Raymond. Drama em cena. São Paulo: Cosac e Naify, 2010.

Téléchargements

Publiée

2018-08-25

Comment citer

Pereira, G. G. (2018). A dramaturgia minada de Plínio Marcos. Olhares, 5(1), 53–67. https://doi.org/10.59418/olhares.v5i1.98