Estuários

A tradição dos Orixás e os encontros de águas como metáforas para a buscadeum conhecimento transformador

Autores

  • Deise Faria Nunes Nascida em Porto Alegre, Brasil, é artista-pesquisadora com especial interesse em performance, rituais e audiovisual. É doutoranda no programa Teatro em Contexto, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Agder, Noruega, e certificada em cinema documental no Kino-Doc – Núcleo de Cinema Documental, em Lisboa. Radicada nos países nórdicos há mais de 20 anos, tem atuado desde 2004 como artista da performance, dramaturgista, produtora artística e escritora. Colaborou entre outros, com ACTS laboratório para práticas em performance, como cofundadora, Nordic Black Theatre, Odin Teatret (Dinamarca), Office for Contemporary Art - OCA, Bienal de Oslo e Black Box Theater. Contribuiu como coautora da antologia histórica New Daughters of Africa (2019), com edição de Margaret Busby. Foi líder do Comitê Nacional de Teatro do Conselho de Artes da Noruega e membro do comitê de artes cênicas do Fundo Cultural Nórdico. Desde 2017, tem trabalhado com foco na pesquisa, produção e difusão das atividades de mulheres negras nas artes e na cultura.

DOI:

https://doi.org/10.59418/olhares.v9i1.190

Palavras-chave:

estuários, feminismo negro, mitologia dos Orixás

Resumo

Em Estuários: A tradição dos Orixás e os encontros de águas como metáforas para a busca de um conhecimento transformador, a autora explora a convergência da mitologia afro-brasileira dos Orixás, perspectivas do pensamento feminista negro e noções decoloniais de conhecimento, desenvolvidas em seu projeto de pesquisa artística Estuários: perspectivas descoloniais, feministas e afro-diaspóricas sobre a performance. O texto baseia-se na rica herança cultural das tradições afro-brasileiras e na teoria crítica do feminismo negro para explorar um conceito transformador de conhecimento. Estuários, ambientes aquáticos onde um rio encontra outras correntes de água, ou o mar, aparecem no texto como uma metáfora poética para a junção de saberes que tentam compreender as complexidades da produção de conhecimento em meio a estruturas de poder coloniais, patriarcais e capitalistas. Por meio da mitologia dos Orixás, a autora ilumina as maneiras pelas quais as cosmologias afro-brasileiras oferecem estruturas epistemológicas que desafiam os paradigmas europatriarcais dominantes. Além disso, o artigo trata da teoria feminista negra, colocando em primeiro plano as experiências e perspectivas das mulheres negras, enfatizando sua agência, resistência e contribuições para a produção de conhecimento. O artigo almeja contribuir para as discussões em curso no contexto dos estudos decoloniais e da teoria feminista, oferecendo novos insights sobre as interseções de raça, gênero e conhecimento através das lentes da mitologia afro-brasileira dos Orixás e da metáfora dos estuários.

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Publicado

14/08/2023

Como Citar

Nunes, D. F. (2023). Estuários: A tradição dos Orixás e os encontros de águas como metáforas para a buscadeum conhecimento transformador. Olhares, 9(1), 81–88. https://doi.org/10.59418/olhares.v9i1.190